Geopolitica, História Brasileira

A Questão Christie no Forte de Copacabana (1861 – 1865)

“Episódios importantes para o sistema defensivo do Porto da Cidade do Rio de Janeiro”

“Alguns episódios da História do Brasil influenciaram diretamente no reaparelhamento e construção de novas fortificações no sistema defensivo da Baía da Guanabara. Dentre estes podemos citar a “Questão Christie” e a “Revolta da Armada”.

A Questão Christie
Entre os dias 5 e 8 de junho de 1861, o navio mercante britânico “Prince of Wales” naufragou na costa da Província do Rio Grande do Sul. A sua carga era constituída por carvão, louças, tecidos, azeite e vinho.

Ao tomar conhecimento do naufrágio, a população, dando a carga como perdida, resolveu apoderar-se dela. Quando os marinheiros britânicos retornaram para tentar recuperar a carga, constataram que ela havia sido levada.


Diante da situação, os sobreviventes apresentaram uma reclamação ao embaixador britânico no Rio de Janeiro, William Dougal Christie, que transmitiu as reclamações a D. Pedro II, acompanhadas de um pedido de indenização e de desculpas, o que não foi atendido pelo Imperador.

Em 1862, no Rio de Janeiro, dois marinheiros da Marinha Inglesa, em trajes civis, envolveram-se em uma briga com marinheiros brasileiros. A polícia recolheu o grupo embriagado à prisão, soltando-o no dia seguinte. Dois dias após incidente, o então Ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Antônio Coelho de Sá e Albuquerque, enviou uma nota diplomática ao embaixador britânico, solicitando que os responsáveis pela agressão aos brasileiros fossem colocados à disposição das autoridades nacionais.

Dom Pedro II
Diante de tal solicitação, William Christie retornou à presença do Imperador, ameaçou bloquear a entrada da Baía da Guanabara, caso a indenização pela carga do “Prince of Wales” não fosse paga, os marujos brasileiros envolvidos na recente arruaça na capital não fossem detidos, os policiais brasileiros não fossem punidos e não houvesse um pedido formal de desculpas do Imperador. Mais uma vez a resposta foi negativa.

Em abril de 1862, a Grã-Bretanha enviou uma canhoneira que ameaçou atacar a cidade gaúcha de Rio Grande. Oito meses depois, uma esquadra de guerra comandada pelo almirante Warren, bloqueou o porto do Rio de Janeiro, apreendeu cinco navios brasileiros que ali estavam fundeados, e exigiu do governo uma indenização de 3.200 libras esterlinas. Esse incidente enfureceu a população da capital, que promoveu diversas manifestações de protesto e ameaçou praticar represálias contra propriedades britânicos no país.

O povo aclama D. Pedro II
A questão diplomática foi submetida de comum acordo ao arbitramento do Rei Leopoldo I, da Bélgica. Ao mesmo tempo, o Império Brasileiro, através da sua representação em Londres, encaminhou um pedido de indenização, em função da apreensão de embarcações feita pelo almirante Warren, além da exigência de um pedido formal de desculpas. Em virtude da resposta negativa, o Imperador D. Pedro Il decidiu romper relações diplomáticas com a Grã-Bretanha em maio de 1863.

A 18 de Junho de 1863, o Rei Lepoldo I deu parecer favorável ao Brasil. As relações diplomáticas entre o Brasil e a Grã-Bretanha só foram restabelecidas a 23 de setembro de 1865.”

Texto extraído da foto acima.

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